Emanuel Lasker foi campeão no período de 1894 à 1921.
Emanuel Lasker (Berlinchen, 24 de dezembro de 1868 — Nova
Iorque, 11 de janeiro de 1941) foi um jogador de xadrez e matemático alemão. Em
1894, Lasker derrotou Wilhelm Steinitz com um resultado de 10 vitórias, 4
empates e 5 derrotas, o que lhe permitiu tornar-se o segundo campeão mundial de
xadrez, além disso foi o jogador que manteve este título durante mais tempo, 27
anos. O seu registro de vitórias em torneios inclui vitórias em Londres (1899),
São Petersburgo (1896 e 1914), Paris (1900), Nova Iorque (1924) e Nuremberg
(1896).
Em 1921, perdeu o título para o cubano José Raúl Capablanca. Apesar de, um ano
antes, Lasker se ter proposto a desistir do título em favor de Capablanca, este
quis conquistar o título no tabuleiro. Em 1933, Emanuel Lasker e a esposa,
Martha Kohn, abandonaram a Alemanha (Lasker era judeu e temia os nazistas) rumo
à Inglaterra, e após uma curta estadia na União Soviética acabaram por ir viver
para Nova Iorque.
Lasker era conhecido pela sua abordagem "psicológica" ao jogo, por
vezes escolhia uma jogada teoricamente inferior para tentar colocar o
adversário "desconfortável". Num jogo famoso contra Capablanca (São
Petersburgo em 1914), onde devia ganhar a todo o custo, escolheu uma abertura
com propensão para empatar o jogo, o que fez o adversário baixar a guarda e
permitiu a Lasker triunfar. Um dos jogos mais famosos de Lasker é o seu
confronto com Bauer (Amsterdã 1889), onde sacrificou ambos os bispos, uma
manobra que veio a repetir em vários jogos. O seu nome está associado a algumas
aberturas, por exemplo, a variação de
Lasker do Gambito da Dama (1.d4 d5 2.c4 e6 3.Cc3 Cf6 4.Bg5 Be7 5.e3 O-O 6.Cf3
h6 7.Bh4 Ce4).
Lasker foi um distinto matemático, obtendo seu doutorado em Erlangen sob a
orientação de David Hilbert. A sua tese de doutoramento Über Reihen auf der
Convergenzgrenze foi publicada na revista Philosophical Transactions em 1901.
Foi ainda filósofo e amigo de Albert Einstein. Também se dedicou ao bridge,
jogo em que, à semelhança do xadrez, se tornou um mestre.
Considerava-se que Lasker tinha um método
"psicológico" de jogar no qual ele considerava subjetivamente as
qualidade de seu oponente, além dos objetivos requeridos na sua posição no
tabuleiro. Richard Réti publicou uma extensa análise dos jogos de Lasker
no qual concluiu que ele deliberadamente fazia movimentos inferiores que sabia
deixar seus oponentes desconfortáveis. W.H.K. Pollock comentou, "Não
é um assunto fácil responder corretamente aos movimentos ruins de Lasker."
O próprio Lasker negou que realizava movimentos ruins deliberadamente e a maioria dos escritores modernos concordam. De acordo com o GM Andrew Soltis e o IM John L. Watson, as características que o faziam jogar misteriosamente para seus contemporâneos são movimentos regulares no jogo moderno: o movimento g2-g4 contra a Defesa Siciliana; Sacrifícios para ganhar vantagem posicional; jogando movimentos "práticos" ao invés de tentar achar o melhor movimento; contra-atacando e complicando o jogo antes da desvantagem material ser decisiva. O ex-campeão mundial Vladimir Kramnik escreveu, "Ele percebeu que diferentes tipos de vantagens são intercambiáveis: avanços táticos podiam ser convertidos em vantagens estratégicas e vice versa", que espantou seus contemporâneos que estavam acostumados com as teorias de Steinitz e codificadas por Tarrasch.
A famosa vitória contra Capablanca no Torneio de xadrez de São Petersburgo de 1914, no qual Lasker precisava vencer para ter alguma chance de alcançar Capablanca, é algumas vezes proposta como uma evidência de sua abordagem "psicológica". Reuben Fine descreve a escolha de Lasker para a abertura, a Variação da Troca da Ruy López, como "inócua, mas potente psicologicamente." Entretanto, uma análise do uso de Lasker da abertura através de sua carreira conclui que ele tinha excelentes resultados com esta com as Brancas contra oponentes de alto nível, e algumas vezes em situações em que precisava vencer obrigatoriamente. Ludek Pachman escreveu que a escolha de Lasker presenteou o oponente com um dilema: com apenas ½ ponto a frente, Capablanca devia ter jogado com precaução; mas a estrutura de peões da Variação da Troca fornece as Brancas uma vantagem no final, e as Pretas precisam usar seu par de bispos agressivamente no meio-jogo para anular esta vantagem. Na opinião de Kramnik, o jogo de Lasker demonstrou um profundo entendimento posicional, ao invés de psicológico.
Fine avaliou que Lasker dava pouca atenção as aberturas, mas Capablanca acreditava que ele as conhecia muito bem embora não concordasse com muita da análise contemporânea das aberturas. De fato, antes do título mundial de 1894 Lasker estudou as aberturas profundamente, especialmente as linhas favoritas de Steinitz. Na opinião de Capablanca, nenhum jogador superou Lasker na habilidade de avaliar uma posição rapidamente e com precisão, em termos de quem tem as melhores chances de vitória e qual estratégia cada lado deve adotar. Capablanca também escreveu que Lasker era tão adaptável que não tinha um estilo definido, e que podia ser tanto um teimoso defensor quanto um eficiente com seus próprios ataques.
Além de sua enorme habilidade para o xadrez, Lasker tinha um excelente temperamento competitivo: seu principal rival Siegbert Tarrasch disse certa vez, "Lasker ocasionalmente perde uma partida, mas nunca perde sua cabeça." Lasker gostava da necessidade de adaptar para variar estilos em torneios. Embora fosse muito forte em matches, era mais forte ainda em torneios. Por quase vinte anos, terminou a frente do jovem Capablanca: em São Petersburgo 1914, Nova Iorque 1924, Moscou 1925 e 1935. Somente em 1936 (15 anos após ter perdido o título para Capablanca), quando tinha 67 anos de idade, que Capablanca conseguiu terminar uma competição a sua frente.
Em 1964, a revista Chessworld publicou um artigo no qual o futuro campeão mundial Bobby Fischer listou os dez maiores jogadores na história. Fisher não incluiu Lasker na lista, ridicularizando-o como um "jogador de cafeteria que não sabe aberturas e não entende o xadrez posicional." Em uma lista dos principais jogadores do mundo feita pouco tempo depois da lista de Fischer, Tal, Korchnoi e Robert Byrne disseram que Lasker era o jogador mais forte que havia existido Tanto Pal BBenko quanto Byrne disseram que Fischer posteriormente reconsiderou e admitiu que Lasker era um grande jogador.
Sistemas de classificação estatísticos colocam Lasker entre os melhores jogadores de todos os tempos. O livro Warriors of the Mind o coloca em sexto, atrás de Garry Kasparov, Anatoly Karpov, Fischer, Mikhail Botvinnik e Capablanca. No livro de 1978 The Rating of Chessplayers, Past and Present, Arpad Elo fez um rating retrospectivo dos jogadores baseados na performance nos melhores cinco anos de suas carreiras. Ele concluiu que Lasker era o segundo jogador mais forte da pesquisa, empatado com Botvinnik e atrás de Capablanca).
http://xadrezpetrolina.blogspot.com.br/search?q=lasker
http://pt.wikipedia.org/wiki/Emanuel_Lasker